Pensamento referente ao desenvolvimento de uma atividade requerida em sala de aula, na cadeira de Estudo dos Problemas Contemporâneos. O tema abordado desenrola-se no quesito revolucionário, eventualmente indo de encontro com a alienação.
Partindo do pressuposto de que a revolução é a mentora da conscientização e do abandono às estruturas pré-estabelecidas e indesejosas em uma dada sociedade (com o acréscimo obrigatório de novas conjunturas sociais, econômicas, políticas e ideológicas), sua realização no universo prático deve-se apoiar-se em condutores que detém doses de “preparo”. Tal preparo se dá em movimentos que são direcionados à apropriação do conhecimento, ferramenta fundamental no que tange ao combate ao “fator alienação”. Tal consciência é elaborada e construída por auxílio do conhecimento humano. Posto isso, são os movimentos/setores: a arte. A arte mostra-se relevante à incumbência revolucionária quando afronta padrões e valores estabelecidos em sociedade, em forma da produção da técnica, por parte de imagens, ideais, sentimentos, contestações; tais contestações apenas possibilitadas através de indivíduos-agentes, atuais à sua época e mesmo à frente dela, estudiosos ávidos e pensadores-natos.
Outra fonte colaboradora no processo revolucionário é a ciência. Colabora quando coloca o homem como ser aliado à natureza, e não alheio a ela, uma vez que o homem é a natureza em seu estágio mais desenvolvido e elaborado. Assim, é relevante que se ponha o homem em condição de manifestante em sua atitude de compreensão dos fenômenos naturais, utilizando da lógica, da razão, da observação, do questionamento, da crítica.
Deve-se salientar que o trabalho (suposta atividade humanizadora do homem), não detém função eficaz na prática revolucionária. Ao contrário, o trabalho leva o indivíduo a adentrar-se em um mundo repleto de alienação e a uma resignação pragmática, ocorrência que freia todo o desenvolvimento cultural de uma hipotética massa que detém o conhecimento, isto é, em sua maioria, os jovens (submetidos, obrigatoriamente ao mercado do trabalho). Contudo, considerando-se exceções, pode-se afirmar que existem indivíduos, que, através do trabalho podem modificar uma conjuntura social em questão, através da luta unificada de ideais e, claramente, da conscientização. Pode-se citar ainda, uma fonte que melhor representa tal pensamento, o poema “O operário em construção”, de Vinicius de Moraes, que mostra a negação do trabalhador em relação a sua vigente posição social, oprimida, e a sublimação deste à aquisição de sua consciência, quando diz: “não!” e valoriza a produção do “self”, ou seja, dele mesmo.
Uma vez considerada a educação como emissora-mor da fonte de conhecimento, é extremamente dotada de importância na negação de estruturas fundamentais da sociedade, uma vez que, além da instrução da grade disciplinar, desenvolve a consciência individual, o pensamento crítico e a indagação, elementos básicos à movimentação social e ao desmantelamento da inércia do conhecimento.
Além disso, pode-se afirmar que o ápice do desenvolvimento educacional encontra-se pautado na adolescência. Os jovens conscientemente ativos, colaborarão no processo revolucionário com seus movimentos estudantis e com seus ideais, transcendendo o senso-comum de sua realidade.
Finalmente, os setores contributivos ao processo revolucionário utilizam do conhecimento em sua contribuição, cada qual moldado às suas necessidades e abrangências. Todavia, para que o processo revolucionário seja efetivo, além do conhecimento e de ideais, a ação e a prática devem ser pontos cruciais, consideráveis e vigorosos.